sábado, 31 de janeiro de 2009

Dona de casa

Desde 2005 "estou" dona de casa.
Resolvi largar a carreira profissional para dedicar-me a minha filha que estava para nascer naquele ano.
A princípio pensei que esse "largar" era uma coisa temporária, afinal eu estava cansada depois de defender minha dissertação de mestrado.
No início gostei muito de ficar em casa. Cuidar de minha filhinha com exclusividade era muito bom.

Com o passar do tempo minha mente foi criando algumas teias de aranha.
Às vezes me sentia emburrecer.
A minha mente acostumada a estudar, calcular, trabalhar intensivamente já não era muito requisitada, afinal, o trabalho monótono do lar não dá muitas opções para novos desafios.
Tentei estudar por conta para me atualizar, mas, minha garotinha, um tanto tagarela, não me deixava concentrar nos textos mais difíceis.

Pensar na educação e cuidados com minha filha foi uma tarefa criativa no início. Eu fazia muitas pesquisas para descobrir o melhor jeito de fazer isso.
Com o tempo fui descobrindo que a maioria das questões entre pais e filhos se resolviam com os princípios e valores que aprendi com meus pais e com a vida. Muitas das minhas decisões quanto a minha filha são intuitivas.
Não existe um formato, uma fórmula de sucesso, um modelo perfeito, cada família vai descobrir o melhor jeito de conviver e viver a partir de seus valores, seus princípios.

Não censuro quem abandona a carreira profissional para cuidar dos filhos. É uma causa nobre.
Também não condeno quem não abandona seu ritmo de trabalho quando os filhos nascem. Não é só o homem que precisa de realização profissional.
É um tema difícil e carregado de sentimento de culpa tanto da mãe que abandona o trabalho quanto daquela que continua na sua carreira.

Nem vou entrar na questão da mãe provedora do lar. Estamos num contexto de crise mundial, e ninguém é louco de, podendo ganhar o pão de cada dia, não fazer isso por convicção deixando os filhos passarem necessidade.

Estou falando do meu caso:
Não preciso sustentar minha família, meu marido não interfere na minha decisão entre trabalhar fora ou ficar em casa, tenho uma filha pequena e um para nascer em breve, tenho formação em Agronomia com mestrado, e, tenho necessidade tanto de estar com minha família por um tempo satisfatório quanto de usar o potencial que tenho e tudo que aprendi em tantos anos de estudo.


Tem outros fatores complicantes que talvez mais tarde eu venha a refletir aqui.

É... sou uma dona de casa em crise.

Todas as escolhas que fazemos tem um preço. O duro é que não gostamos muito quando vem a conta.

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