Moramos em Salvador e estamos pensando em permanecer aqui por um bom tempo.
Logo que começamos a procurar uma casa nesta cidade percebemos uma grande dificuldade de espaço aqui.
Tudo é muito junto, muito apertado. As casas são coladas uma às outras, os quintais, quando existem, são exíguos.
A maioria das ofertas são de apartamentos e esses são cada vez menores. Já vi anúncio de três quartos com pouco mais de 60m2. Como? Vai se espremendo e secando a roupa à ferro de passar.
Se você está pensando que cidades como São Paulo e Rio de Janeiro também tem problemas semelhantes, é já sei, nasci e cresci na capital de SP. Mas aqui consegue ser um pouco mais complicado: temos a maior densidade demográfica do país!
Da cozinha de casa eu ouço a vizinha ralhando com os filhos. Tudinho, nitidamente. Lógico que eles devem ouvir nossas conversas também.
Certo dia pensei em meditar um pouco, mas onde? Com tudo tão próximo eu não consigo me sentir sozinha o suficiente.
Lembrei-me de Isaque que estava orando no campo quando avistou a caravana que trazia Rebeca. Que privilégio: orando no campo... Silêncio, paz, solitude...
Enfim, acabamos tendo que criar mecanismos de privacidade interna. Eu finjo que a vizinha não me escuta, finjo que não ouço as pessoas que passam na rua anunciando seus produtos de venda, finjo que não moro espremida.
Nos dias apertados de hoje o local de maior privacidade é o banheiro de casa. Isso se você não tiver uma filha te perguntando ao lado da porta: "Mamãe, o que você está fazendo?"
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