quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Quando morrer é lucro

Falar sobre morte é quase sempre um assunto triste, delicado. Porém, hoje esse assunto me renovou o espírito.
Acordei um pouco triste e desanimada com situações que venho passando. Li a Bíblia e orei um pouco, mas continuei abatida.
Conversando com a minha mãe entramos no assunto da morte da minha avó materna, cujo o nome era Takayo.

Takayo chegou ao Brasil, vinda do Japão, em 1936, aos 16 anos de idade. A vinda da família trouxe muito sofrimento. Aqui a vida difícil e a doença logo levaram o pai e vários irmãos.

Alguns anos depois ela casou-se com o meu avô, Sr. Yoshio Watanabe, 21 anos mais velho e com um só pulmão em consequência de uma tuberculose. Ele não podia trabalhar na roça, por sequelas dessa doença, então somente a Takayo pegava na enxada de sol-à-sol.
Eles tiveram 5 filhos, sendo que a minha mãe é a segunda.

Na época em que a minha mãe era adolescente mudaram-se para a capital de São Paulo onde iniciaram um trabalho costurando peças de roupa. Para ter dinheiro o suficiente todos trabalhavam nas máquinas, excetos os filhos mais novos que eram pequenos e o pai que cozinhava, por não poder trabalhar duro.
Minha mãe, seus irmãos e minha avó trabalhavam desde bem cedo até tarde da noite, exceto nos domingos.
Com tanto trabalho e sofrimento minha avó adoeceu gravemente.

Depois que ficou doente Takayo tinha pesadelos horríveis. Sonhava que o quarto fechava-se em forma de um caixão que afundava caindo como num abismo. Também via monstros horrendos e uma mão fina e branca puxando os seus pés.

Ao saber que ela estava nessa situação um amigo da família, que havia se convertido ao evangelho, chamou-a para um culto onde viria um pastor com o dom de curar, cujo o nome era Pr. Sato.
Ela participou do culto, não foi curada, mas aceitou a Jesus nessa ocasião.

Nas noites seguintes Takayo não teve mais pesadelos, ao contrário, sonhou que havia quatro cruzes, uma em cada canto da cama e elas levavam a sua cama para cima, para o céu.
Noutro dia viu Jesus e disse à sua filha mais velha, que a acompanhava no hospital: "Jesus veio me curar ou me levar."
Antes de morrer ela estava em paz.
A última coisa que ela falou foi: "Obrigado Jesus."

A morte de Takayo deixou uma boa semente, pois todos os seus filhos se converteram a Jesus e continuam servindo a Deus com as suas famílias.

Essa história me comove todas as vezes que me lembro dela.

A história de uma vida de luta que encontra abrigo nos braços ternos de Jesus.

A história de sofrimento que se converte em vida eterna.

Aí eu concluo:
O que importa nesta vida é ter a salvação em Cristo Jesus.

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