quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Resolve alguma coisa essa "Lei da Palmada"?
Está em tramitação no congresso o PROJETO DE LEI Nº 2654 /2003 proposta pela Deputada Maria do Rosário "estabelecendo o direito da criança e do adolescente a não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal,mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos"
Sou contra a violência contra qualquer um, ainda mais contra crianças. Mas de que tipo de violência estamos falando? O projeto de lei em questão é bem claro em enfatizar os castigos físicos inflingidos pelos pais (ou responsáveis)nos seus filhos.
É interessante essa intromissão na família sob pretexto de proteção da criança. E quem protegerá as crianças da indiferença? Quem os protegerá do egoísmo e materialismo bem presente em nossa geração? Haverão outras leis versando sobre esses temas especificamente?
O Estatuto da criança já versava sobre maus tratos contra a criança e o adolescente, mas não acharam o suficiente e quiseram aprofundar sobre esse tema.
Não creio que receber ou não palmadas seja determinante na vida de um indivíduo. Não estou falando de espancamento, isso já está bem regulamentado no código penal. O que eu quero destacar é que estamos vivendo uma crise de valores e isso sim tem destruído a vida de muitas pessoas.
Muitos filhos estão sendo gerados por motivos egoístas. É mais um "bem de consumo" a ser "conquistado". "Meu filho tem que ler aos 3 anos, tem que ser o mais bonito da turma, tem que ser esperto, ter o quarto mais caro do prédio, vestir as roupas de grife para as amigas verem que posso pagar por isso."
Muitos pais não querem mais ter o trabalho de educar seus filhos. Parece absurdo? Tenho uma amiga diretora de escola que recebeu uma queixa de um pai que dizia que a escola que era obrigada a dar educação ao seu filho. Ele não falava de português e matemática, queria que a escola ensinasse seu menino a ter bons modos, respeitar as pessoas, ter responsabilidade sobre seu atos etc.
Numa reunião de pais na classe da minha filha, na época com dois anos, eu ouvi uma mãe dizer que o filho passava o dia inteiro na escola, então quem tinha que educá-lo era a escola e não ela. O filho dessa jovem senhora tinha o pior comportamento da turma, imagine porque!
Também já vi mãe que não batia, mas dizia que a filha era feia, sempre que a menina a contrariava.
Outra mãe disse ao filho que ela estava pagando a escola e por isso a professora era obrigada a aguentar calada a sua falta de educação e se alguém na escola ousasse reclamar com ele, a sua mãe iria a escola surrar a pessoa. Isso infelizmente não é ilustração minha, aconteceu mesmo.
Pois é, a maioria desses pais que cito acima não "encostavam um dedinho" em seus filhos, cumpririam direitinho essa lei (sendo ela aprovada), mas será que seriam mais eficientes em educar seus filhos do que pais que aplicam as tais palmadas pedagógicas?
Bater pode não adiantar e não bater também pode não adiantar.
Existe então receita pronta para criar filhos?
Receio que não.
Cada filho é único em sua personalidade e necessidades. É necessário muito amor, bonsenso, atenção, observação, percepção de como seu filho é, diálogo (diálogo não é dar sermão, mas é falar e ouvir, e, ouvir com atenção), firmeza para não aceitar o mau comportamento, carinho, respeito, paciência, capacidade de perdoar e pedir perdão. E dar o bom exemplo, é claro.
Ou seja, criar filhos dá muito trabalho. Não dá para ser mãe e pai e tentar fugir disso.
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